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Entenda a diferença entre o Café Gourmet e o Especial

Embora muitos utilizem os termos como sinônimos, os conceitos são diferentes e a definição de cada um deles é feita por metodologias de análise distintas. Confira!

Entenda a diferença entre o Café Gourmet e o Especial

café é bastante difundido no Brasil, onde se tornou uma das bebidas mais consumidas e de maior aceitação entre a população. Embora a do tipo Tradicional seja a categoria mais consumida no dia a dia, os cafés de alta qualidade estão conquistando o paladar dos brasileiros e estão sendo muito procurados pelos apreciadores do grão que desejam uma experiência de degustação mais completa. 

Definitivamente, café não é tudo igual. Porém, muitas pessoas ainda não sabem distingui-los, o que pode gerar dúvidas na hora da compra. A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) explica, então, as características e as especificidades de cada um.

Café Especial

O termo Café Especial é utilizado para classificar o café verde (cru) e são identificados por serem diferenciados, ou seja, possuem características e atributos distintos dos demais. Embora o mercado cafeeiro utilize bastante essa nomenclatura, é importante ressaltar que ele qualifica apenas a matéria prima, isto é, o grão cru. Portanto, Especial não é uma categoria de qualidade para o produto final e sim a especificidade que o café em grão cru possui.

São exemplos de Cafés Especiais: orgânico (sem agrotóxicos), de origem (não é blendado, possui um terroir específico da região) e sustentável (segue as boas práticas agrícolas).

A origem do termo remete ao ano de 1974, quando a norueguesa Erna Knutsen, funcionária de uma empresa importadora de cafés em São Francisco (EUA), utilizou, pela primeira vez, o termo durante uma entrevista a um jornal americano Tea & Coffee Trade Journal. Ela ajudou a transformar a história da indústria cafeeira ao comercializar sacas de café de alta qualidade.

Café Gourmet

O Café Gourmet é uma categoria de qualidade que pertence ao Programa de Qualidade (PQC), criado em 2004 pela ABIC, e que certifica o produto final. Para o café torrado pronto para consumo ser classificado como Gourmet, ele precisa atingir uma nota sensorial de Qualidade Global entre 7,3 e 10 pontos, numa escala de 0 a 10 pontos, segundo a metodologia desenvolvida pela ABIC. 

Tais avaliações são realizadas por provadores treinados em laboratórios credenciados por meio de análise sensorial. Por se tratar de produto final pode ser apresentado na forma de café torrado em grão e ou moído.

Análise Sensorial: Entenda como a análise sensorial é aplicada no controle de qualidade do café.

Para receber esta certificação, os cafés são coletados no ponto de venda, do mesmo modo que o consumidor compra, e somente os produtos testados e aprovados recebem o selo de qualidade da Associação. A certificação, além de trazer segurança, auxilia os consumidores a escolherem os cafés que melhor se encaixam em suas preferências.

Café Especial x Café Gourmet

Uma matéria prima de alta qualidade pode ser classificada como Café Especial. Entretanto, não é garantido que depois da torra, moagem e envase, o café se mantenha com as mesmas características sensoriais.

Já o Café Gourmet, é classificado avaliando o produto final e garante que a matéria prima especial e de alta qualidade utilizada foi bem industrializada e será oferecida ao consumidor com os parâmetros exigidos para a certificação nesta categoria.

Ou seja, o fato do café em grão cru ser Especial não garante uma bebida excepcional, mas um café com certificação Gourmet sim. 

Experiências aos amantes do café e remuneração para a cadeia produtiva

De acordo com  dados da pesquisa Cafés Especiais: Perfil e Sabor, realizada pelo Sebrae, o aumento do consumo de produtos de alta qualidade entre os brasileiros oferece ao produtor, principalmente o pequeno, a oportunidade de produzir cafés especiais  diferenciados e de  ter uma rentabilidade maior.

Esse nicho é novo no país, mas o fato de agregar valor ao produto e despertar desejo no consumidor faz com que esse mercado tenha um grande potencial de expansão. A pesquisa ainda apontou que um quarto dos produtores de cafés especiais tem selo de Indicação Geográfica e outros 10% já estão produzindo cafés orgânicos.

Produtos premium ganham cada vez mais espaço na chamada terceira onda dos cafés. O avanço significativo no consumo dos cafés de alta qualidade vem despertando o interesse do mercado. O levantamento da ABIC aponta um crescimento de 46% na certificação dos Gourmets nos últimos 3 anos, o que demonstra que os industriais têm interesse em oferecer  novas experiências sensoriais aos consumidores.

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